sexta-feira, 22 de novembro de 2013

RESERVA SALTO MORATO - PARTE II

Seis horas da manhã...e a turma já estava fotografando.
Depois de uma excelente noite de sono, em camas confortáveis, limpas e cheirosas, acordamos antes das 6:00 hs da manhã. Havíamos marcado o nosso café para as 8 horas e a ideia era fazermos um pequeno percurso nos arredores da administração, voltarmos para o desjejum e seguirmos por uma das trilhas da reserva.

Pica-pau-anão-de-coleira (Picumnus temminckii)
Não demorou muito para que começássemos a encontrar espécies fantásticas, bem pertinho dos alojamentos. Tiê- sangue, Rendeira, Pica-pau-anão-de-coleira, Cuspidor de mascara preta, entre outros passaram por nós a uma distância de poucos metros.

Cachorros-do-mato 

Beija-flor de fronte violeta em uma das flores de bananeiras.
Um pouco mais a frente pudemos ver um par de Cachorros-do-mato atravessarem calmamente a trilha, pararem para nos observar e depois desaparecerem na mata. Ao lado do Centro de Visitantes pudemos também observar algumas espécies de aves, entre elas um Beija-flor de fronte violeta dando um show nas belíssimas flores das Bananas-flor.
Cada um interpreta a cena como quiser
Pudemos também registrar cenas "interessantes" pelo caminho, mas não se trata de nenhuma espécie rara, pelo contrário...Esta parece estar se multiplicando muuuiiitoooo!!!!
De volta a Lanchonete para o nosso café da manhã, acatamos a indicação do nosso guia Luciano Breves e partiríamos em direção a Trilha da Figueira, a partir da bifurcação que também dá acesso a Trilha do Salto Morato. Mas cometemos um pequeno erro e combinamos o nosso almoço com o Jurandir para as 12:30 hs aproximadamente. Um erro porque não consideramos o fato de que nós não apenas iriamos percorrer a trilha, mas sim que pararíamos muito para fotografar as aves no caminho.

Perfeitamente camuflados na trilha da Figueira.
Ubaldo, Pompeo, Gustavo, Luciano Breves, Danilo e Peterson.
Tenho que citar as excelentes condições desta trilha (na verdade de todas), com caminhos abertos e limpos, pontes bem feitas e com material confiável (achamos muito criativo o sistema anti-derrapante usado, com uma camada grossa de Verniz e areia sobre o piso), funcionários percorrendo e removendo galhos caídos e bem sinalizada.
E também muito bem frequentadas! Pudemos observar, ouvir e fotografar diversas espécies. Destaque especial para o Barranqueiro-de-olho-branco, que após ter posado pacientemente para nossas fotos, nos revelou ainda seu ninho, construído em um barrando sobre um pequeno curso de água, em um local totalmente inacessível para fotos e aproximação, mas que nos permitiu a observação.


Barranqueiro-de-olho-branco (Automolus leucophthalmus)
 Bom...foi neste ponto que descobrimos o erro no horário de nosso almoço, pois não havíamos percorrido nem metade da trilha e já estávamos próximos do horário combinado. E teríamos ainda que retornar, portanto resolvemos voltar para a Lanchonete, descansar um pouco após o almoço e retomar a trilha, mas desta vez vindo pelo sentido contrário, ou seja, a partir do trecho que saí ao lado da Administração da reserva.



No percurso de volta, novos encontros e novas fotos!
Almoço animado com direito a brinde e mais algumas espécies nas árvores ao lado da lanchonete (o local é muito bem frequentado, inclusive no aspecto Ornitológico!)

Um brinde ao GRIFOO e a nossa nova aventura.
Da esq: Peterson, Dú Nyari, Gustavo, Pompeo, Danilo, Ubaldo e Luciano Breves.
NOVAMENTE NA TRILHA DA FIGUEIRA

Nosso trajeto ilustrado sobre o mapa fornecido pela Reserva.


Após o almoço e aquele pequeno cochilo para repor as energias, saímos para a trilha da Figueira, só que agora percorrendo o caminho contrário do anterior, ou seja, do ponto a partir da Administração em direção a bifurcação.
A trilha neste ponto começa bem plana, com um caminho bem amplo cercado de mata nos dois lados. Logo a frente é cortado por um pequeno riacho, raso mas largo o suficiente para uma travessia por cordas. Nada complicado, mas já deu aquele gostinho de aventura!

Ubaldo abrindo a fila...

Danilo na sequencia...

Peterson humilhando...

Pompeo dando uma dramatizada...

E Gustavo "sensualizando"!
Novamente na trilha encontramos algumas espécies que resolveram testar toda a nossa paciência e vigor físico! A primeira foi um macho de Rendeira (Manacus manacus), que provou estar entre as TOP 10 de aves mais chatas do país!
Ficamos uns 40 minutos andando de um lado para outro da estrada e nada! Ninguém conseguiu uma foto que preste. Alguns de nós não aguentaram e literalmente dormiram em pé!


Logo depois foi a vez de um Surucuá que deu uma canseira de uns 30 minutos, mas este pelo menos conseguimos fotografar.


Novamente na trilha, íamos entrando em uma área mais fechada agora, o caminho se estreitava um pouco mas a beleza era constante. Não apenas aves apareciam, como também flores e insetos. Tanta beleza acaba por "inspirar" as pessoas e despertam nelas o seu lado mais "sensível"...

Dá um look na camuflagem nível "Predador"

Sucesso dos anos 80...Karaokê Kid! 


Juro que a distância, achei que fosse uma Lagarta. Será algum artifício da planta para polinização?
O dia estava terminando e a luz diminuía rapidamente, pois parávamos muito para cada espécie encontrada. Em certo ponto da trilha, nosso guia ouve o som inconfundível de um Macuquinho e logo o encontra! Bom...ele o encontrou porque a gente não conseguia ver o bichinho. Uns acharam que era um rato, outros que era um Morcego e outros ainda não viram nada. Impressionante como o bicho se confunde com o ambiente. Para provar que é verdade o Luciano conseguiu filmar a espécie.Assista aqui!
Paramos novamente para fotografar uma Choquinha-de-peito-pintado, na verdade apenas eu e o Dú paramos. O restante do grupo continuou e logo a frente encontramos outra bifurcação, esta levava para a Figueira (que dá nome a trilha) ou de volta ao ponto de onde havíamos partido pela manhã. Não conseguimos ver para qual sentido haviam seguido e optamos por ir até a Figueira, acompanhados pelo nosso guia Luciano Breves. Só depois descobrimos que eles haviam tomado o outro rumo.
Esta foi a melhor escolha que fizemos nesta viagem! Eu explico...
Uma das minhas metas para esta viagem era conseguir espécies que me proporcionassem a marca de 300 lifers publicados no WikiAves, sendo que até este momento deveria estar próximo desta quantia.
Quando chegamos ao final da trilha e pudemos contemplar a beleza desta árvore centenária, seu tamanho colossal e a quantidade de Vida que abriga, paramos em um pequeno deck que existe alí.Comecei a observar todos os seus detalhes, extasiado com tanta informação, quando subitamente nossa atenção é voltada para um estardalhaço entre a vegetação e algo que pousou bem acima de nossas cabeças, em um alto galho da Figueira.
Um misto de Alegria, Admiração, mas também de Pesar! Um Gavião-miudinho  acabara de capturar e tentava abater uma fêmea de Tangará. Foram minutos tensos, enquanto a ave agonizava sob as garras do implacável predador. Mas este é o ciclo da Vida, a Natureza crua e verdadeira.

Gavião-miudinho (Accipiter superciliosus) predando uma fêmea de Tangará
Agradecido por ter tido este privilégio, pude comemorar depois a marca dos 300 lifers alcançados, justamente com esta foto memorável.
Terminava desta forma, com chave de Ouro, o nosso segundo dia de viagem!Calculamos ter caminhado mais de 7 quilômetros neste dia. Para o dia seguinte planejamos sair da reserva e seguir até Guaraqueçaba, para tentar fotografar algumas espécies costeiras.
Mas isto fica para o próximo post...

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