sexta-feira, 7 de março de 2014

PRAIA DA PIPA - RIO GRANDE DO NORTE

A praia da Pipa, ao fundo.
Esta praia já foi considerada a "mais bela praia brasileira", segundo algumas revistas especializadas, e portanto incluímos a mesma em nosso roteiro.
Mas as coisas mudam bastante em apenas 10 anos e esta foi uma delas.
Saímos do hotel logo pela manhã e seguimos rumo a BR 101 - Sul, seguindo depois pela RN 003 a partir de Goianinha, em um percurso de aprox. 95 km até a praia de Pipa.
Bom... Devo registrar aqui um fato que muito nos aborreceu nesta viagem.
Tínhamos conosco uma grande variedade de mapas, muitos deles fornecidos por empresas locais e destacando as principais atrações de cada ponto, alguns tinham até distâncias em quilômetros e as rodovias a serem seguidas, achamos que seria fácil!
Infelizmente, esbarramos em uma característica local que não gostamos e achamos uma forma predatória de se fazer turismo.
Não existem placas de sinalização que levem as principais atrações. Você chega em bifurcações e trevos onde não se encontra qualquer indicação para a rota a ser seguida. Algumas poucas placas que existem estão pichadas sobre as setas indicativas. Em alguns locais encontramos placas arrancadas e jogadas ao lado da pista.
Mas em todos estes locais você encontra um verdadeiro batalhão de "guias" locais, ávidos em ajudar e indicar o caminho, ou se preferir, você pode contratar os seus serviços de guia e ele te leva nas "melhores opções de passeios, longe das excursões", segundo todos eles diziam.
É verdade que em nenhum momento eles foram mal educados ou tentaram nos extorquir, mas em alguns momentos foram inconvenientes.
Nesta ocasião, acabamos por arriscar em algumas bifurcações e chegamos a tão famosa praia de Pipa!
Chegamos apenas. O local se tornou um centro de badalação e comércio. Transitamos por uma avenida e em nenhum momento conseguimos ter um vislumbre sequer da praia, dada a quantidade de construções que existem no local. Muita gente transitando pelas rua e a possibilidade de estacionar apenas em estacionamentos pagos (bem caros por sinal) e um pouco distantes da praia. Me lembrou um pouco de Búzios, onde um picolé precisa ser parcelado no cartão de crédito.
Neste ponto encontramos algumas indicações para as praias do Amor e Chapadão, para onde decidimos seguir, deixando Pipa para trás.

A PRAIA DO CHAPADÃO

Seguindo as indicações para o Chapadão, você chega em um pequeno platô, no alto de uma falésia e de onde pode se ver a praia do Amor a sua esquerda e a praia do Chapadão (existia uma placa de um restaurante que chamava o local de praia da Coruja) a sua direita.

A praia do Amor, vista do alto do mirante do Chapadão
No alto do mirante podemos ter uma visão panorâmica desta região e vislumbrar claramente uma característica  marcante deste litoral: uma faixa de pedras escuras (acho que são vulcânicas) que percorre toda a faixa litorânea, parecendo um colar de âmbar gigantesco.
Mas a vista do próprio platô também é muito interessante e peculiar. A erosão causada pelos fortes ventos (e como venta por ali!) e pelo mar, provavelmente em épocas muito remotas, esculpiu uma paisagem que não parece deste planeta.


As interessantes formações no solo do Chapadão.
O local é ponto de parada de bugueiros e partida para passeios de quadriciclos, além de uma figura peculiar desta região, o fotógrafo "criativo".
Eu explico. Quando eles nos viam e reparavam no nosso equipamento fotográfico, automaticamente mudavam de estratégia e ao invés de nos oferecer fotos de lembrança do local, acabavam por oferecer as tais fotos criativas.
São aquelas fotos de gosto duvidoso, onde normalmente as pessoas são posicionadas em distâncias distintas e através de ilusão na perspectiva, um parece estar segurando o outro sobre a mão, ou suspendendo-o pelos dedos, etc...
Polidamente recusamos, mas acho que estamos meio por fora da moda, porque tinha bastante gente que aceitava a proposta.
Mas após se esquivar dos vendedores, fotógrafos, bugueiros e guias, aproveite e se deslumbre com a paisagem.

A praia do Amor


A praia do Chapadão


Seguimos então para o Sul, para a praia do Chapadão (ou Coruja???) e após o termino do asfalto, chegamos a uma praia praticamente deserta, onde existia apenas um restaurante. Como o caminho a frente era de areia bem fofa, resolvemos não arriscar e paramos ali para algumas fotos e uma caminhada na areia.

Uma panorâmica da praia do Chapadão, ou seria da Coruja???
Voltamos agora em direção a Pipa e fomos até a praia do Amor. Seguimos por uma pequena ruela que termina em uma pequena mata, onde funciona um "estacionamento" sob as arvores (R$ 5,00 por veículo).
O responsável pelo empreendimento nos garantiu segurança permanente e o pagamento seria feito na saída.
Enquanto nos dirigíamos a praia fomos abordados por um dos solícitos guias do local que se auto incumbiu de nos levar até a praia, pois o acesso seria bem difícil, segundo ele.

O acesso a praia do Amor
Na verdade o caminho é um pouco complicado, pois foi esculpido na rocha que forma a encosta do local, mas nada que precise de um guia. Ele queria mesmo era nos levar até uma das barracas que existem ali e onde ele seria comissionado pelo nosso consumo. Como nesta ocasião eles não estavam cobrando nada pelo uso da barraca e nem consumação mínima, nós aceitamos a oferta e ocupamos um dos guarda-sóis com cadeiras.


Saímos para explorar um pouco da praia e fomos em direção as pedras que avistamos do alto do mirante.
O cenário é bem interessante, parece que uma grande explosão aconteceu ali, mas aquelas pedras escuras destoam da paisagem, então sugerem que foram arremessadas até ali...Sei lá, não sou Geólogo.


Conforme a maré vai baixando surgem piscinas naturais que ficam entre estas rochas, um bom convite ao banho, neste litoral que é quase todo de praias de tombo.



Em outros locais formam-se pequenas poças onde pudemos observar alguns peixes e crustáceos.

Um pequeno Blênio, que resolveu beliscar o pé do Arthur.

Em alguns locais a paisagem ganha um tom mais apocalíptico, chegamos a considerar a hipótese  de que estávamos sobre as ruínas de Mordor, da saga do Senhor dos Anéis...

Cadê o Smigol?


De volta a nossa tenda, pedimos uma porção de fritas, por absurdos R$ 25,00 e recebemos um prato de refeição com algumas poucas batatas... Ridículo! E depois reclamam que o pessoal esta virando farofeiro chique e levando alimentação e bebidas as praias!
Aprendemos com esta experiência e depois disto passamos em um EXTRA 24 horas, nos abastecemos de porcarias e levávamos nosso próprio lanche em nossas saídas. Mas sempre recolhíamos o nosso lixo e levávamos até uma lixeira, ou de volta ao hotel quando não encontrávamos nenhuma no caminho.


Mas ninguém pode negar que o astral e a criatividade do povo destas terras é fantástico. Nós paulistas somos sempre desconfiados, sempre preocupados e até mesmo estressados, mas ali todo mundo parece estar de férias. Sempre encaram de forma divertida as coisas, até mesmo as nossas eventuais grosserias.

Seguimos depois em direção a Tibaú do Sul, já voltando para Natal. Passamos por um pequeno mirante e descobrimos que no local funcionava um restaurante, mas o mesmo estava dezenas de metros abaixo de nós, em uma praia, com acesso apenas por uma íngreme escada. A perspectiva de ter que subir aquela escada na volta nos animou em seguir viagem, mas não sem antes registrar a vista do local.
Aliás... A foto que esta no início do post e que mostra a praia de Pipa ao fundo foi feita neste mirante.

A vista a partir do mirante, sentido Tibaú do Sul
Seguimos as indicações de Tibaú do Sul e Balsa (quando existiam, é claro) e chegamos a uma pequena praia, com uma placa bem apagada que dizia chamar-se Praia do Giz.
Haviam algumas pequenas barracas, mas apenas uma estava funcionando e resolvemos almoçar por ali.
Haviam alguns turistas no local, inclusive alguns alemães e por isso achamos que dava para encarar o sujinho. Segundo o atendente os pratos eram para duas pessoas e isto justificava os preços astronômicos.
Pedimos um prato com camarões e outro com peixe... Decepção total! Parecia um comercial, só que com bastante arroz. Não deu nem para o cheiro e pagamos R$ 90,00 por isto.

Olha as caras de "não vai dar pro cheiro".

Já que estávamos ali, aproveitamos para conhecer a praia e fazer mais fotos.
A atração do local são as formações de rochas, onde as ondas se chocam e produzem "splash´s" fantásticos. E todo mundo se arrisca em tomar aquele banho para fazer umas fotos únicas.

Um verdadeiro muro de rochas se interpõem entre o mar e a areia

Um delicioso  e inesperado banho, enchendo-nos de areia até em locais inimagináveis.

Fotos de momentos únicos e que se tornarão eternos.
O Sol começava a se por (às 17:00 horas já começava a escurecer) e retornamos a Natal. No próximo dia iriamos tentar o mergulho nos arrecifes de corais. Mas isto só no próximo post...

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