A recepção do parque Intervales. |
Para se hospedar no parque é necessário a reserva antecipada, mediante a disponibilidade de vagas.
Em algumas épocas do ano a procura é muito grande, portanto tente fazer isto com uma boa antecedência.
Os telefones para contato são: (15) 3542-1511 / 3542-1245
e-mail: reservasintervales@gmail.com
AS GRUTAS EM INTERVALES
Em nosso 2º dia de viagem acordamos por volta de 6:30hs da manhã, junto com as primeiras luzes do dia e com alguns pesquisadores que haviam chegado à pousada na noite anterior.
Do lado de fora do quarto podíamos ouvir uma sinfonia de aves, vinda da mata que nos cercava.
Após termos preparado nosso café da manhã começamos também a preparar nosso lanche para o almoço, já que iríamos visitar duas grutas neste dia e as distâncias eram consideráveis, portanto almoçaríamos na trilha mesmo.
Chegamos a sala dos monitores as 8:30 hs e nosso guia já nos esperava bem animado. Acredito que todos os guias são excelentes profissionais, que fazem este trabalho com muito carinho e dedicação, mas tivemos a sorte de receber como guia o simpático Elizeu, um senhor com 31 anos de serviços no local, desde a época da fabrica de palmitos e um dos desbravadores das trilhas do parque.
Estávamos um pouco apreensivos com relação ao tamanho das trilhas e achamos que se ele conseguia fazê-la, nós também faríamos...doce ilusão a nossa!
O homem tem uma vitalidade e um fôlego que deixou a gente no chinelo!
Na trilha do circuito das Grutas dos Paiva e Luminosa |
GRUTA DOS PAIVA
Do local do estacionamento até a entrada da Gruta dos Paiva são aprox. 2.000 m de caminhada, sendo as últimas centenas de metros em uma subida pelo morro, com degraus escavados na terra. As trilhas são muito bem conservadas e os próprios guias ajudam neste trabalho.
Ao chegar em frente a abertura da Gruta você já começa a ficar emocionado, diante da beleza e simplicidade deste portal.
Elizeu, Pompeo e Mônica diante da entrada da Gruta dos Paiva |
Recomendamos também o uso de calças confortáveis, blusas de manga longa e sapatos apropriados para trilhas, além é claro da imprescindível capa de chuva.
Já no salão de entrada você pode ter uma ideia daquilo que te aguarda...um imenso espaço com degraus feitos na rocha e uma velha corrente servindo como corrimão.No teto pudemos ver diversos Opiliões de caverna.
Eu havia me proposto a fotografar lá dentro, onde já sabia que não haveria luz, portanto levei tudo aquilo que poderia precisar, além de um tripé. Já dá para prever que fiquei um pouco pesado e com a mobilidade comprometida.
Havíamos levado apenas uma lanterna de mão e nosso solícito guia nos fez a gentileza de emprestar uma das suas. Não recomendo que façam isto e levem sim a sua própria lanterna, pois estas são as reservas dos guias e se alguma der problema dentro da caverna pode gerar um desconforto para todos.
O salão de entrada da Gruta dos Paiva e as últimas luzes externas. |
Usei um ISO elevado (3200) e o Obturador em "B" com um acionador remoto por cabo.
Para iluminar a cena pedi para que todos apagassem suas lanternas e fiz um Light-painting com a minha lanterna de mão. É claro que os modelos não podiam se mexer durante a longa exposição.
Seguindo em frente passamos por áreas alagadas que chegavam aos nossos joelhos e depois subiamos em grandes rochas calcarias, passando por formações de travertino...um verdadeiro espetáculo da Natureza.
Mas o verdadeiro show estava ainda para se descortinar...Chegamos ao local conhecido como Salão das Cortinas!
O majestoso Salão das Cortinas |
É sempre bom lembrar que NADA deve ser retirado das cavernas. Aquilo tudo o que vemos é resultado de milhões de anos de trabalho, para que aquelas formações ocorressem e pudéssemos estar ali para aprecia-las. Um simples esfregão em uma destas formações pode acabar com o trabalho de alguns anos, talvez até mais do que o nosso tempo de vida.
Mais um light-painting do salão das Cortinas |
Seguimos por mais um trecho que se alternava entre seco e áreas com água corrente, até chegarmos a um outro salão amplo. Ali era o final da trilha - pelo menos para os visitantes - e seguimos a recomendação de nosso guia para fazermos um "apagão".
Sentamos em uma rocha e apagamos as nossas lanternas para podermos em silêncio ouvir os sons da caverna, imersos em total escuridão. Uma experiência imperdível!!!
Na volta descobrimos que havia mais um visitante junto conosco na caverna...Um sapo que deve ter entrado com a água do rio que corta a gruta.
Outro fator interessante nesta caverna é com relação a temperatura. quanto mais nos aprofundamos na mesma, menos interferência temos da temperatura externa. No final da trilha a temperatura se mantem constante nos 18/19ºC.
De volta a trilha externa, seguiríamos para a Gruta Luminosa que dista 8.000 m (ida e volta) do local onde deixamos o carro.
Uma parte do percurso é em trilha aberta e depois você entra em uma picada feita no meio da mata. Prepare-se para ser devorado por um batalhão de mutucas e outros insetos que se aproveitam do banquete...
Pausa para a foto e para o lanche das mutucas... |
A GRUTA LUMINOSA
Depois de muita caminhada e das mutucas, chegamos a uma pequena encosta de morro, onde descemos por centenas de degraus até a base do mesmo. Dali são apenas alguns metros até a abertura da gruta Luminosa.
Um pequeno riacho nos segue até começarmos a ouvir o som de uma forte queda d´água.
Paramos para fazer o nosso lanche na entrada da gruta e seguimos em frente, munidos de nossos capacetes e lanternas, mas agora apoiados em cordas colocadas na parte inicial da caverna.
A entrada da Gruta Luminosa. |
Nesta gruta o percurso é bem menor e logo você estará no amplo salão, iluminado pela luz natural que entra por uma fenda no teto da caverna e é emoldurada na parte baixa por uma volumosa queda d´água. No teto pudemos ver diversos Tapacúlos de Coleira, além de dezenas de morcegos.
Mais um espetáculo... |
Aproveitei a ocasião e fiz mais fotos com o auxílio de minha lanterna, além de explorar a luz natural que neste horário entrava de forma incrível pelo teto.
Após este último presente, iniciamos a nossa volta ao local do estacionamento, sabendo que deveríamos subir agora todos os degraus que descemos...Não foi fácil mas valeu cada passo dado!
Na volta algumas paradas para fotografar alguns sapos e flores, além de saborearmos morangos silvestres, super doces e que brotavam em nosso caminho.
Deixei a Mônica na pousada e enquanto levava o Eliseu de volta a monitoria, aproveitei para que ele me mostrasse alguns locais onde haviam encontrado algumas aves e até mesmo, os seus ninhos.
O tucano-do-bico-verde em seu ninho, a poucos metros da entrada da pousada Pica-pau. |
Reuni ainda um pouco das forças que restavam e caminhei pela estrada que sai em frente a pousada Esquilo. Não consegui fotografar mas fiz o avistamento de um Macuco, Macuquinho e um Pavó.
Descansar porque no dia seguinte iríamos a uma cachoeira...mas fica para o próximo post.
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